ABUSO EMOCIONAL - O QUE EU FIZ COM O QUE FIZERAM COMIGO?
- Moça floresca
- 9 de set. de 2020
- 5 min de leitura
Atualizado: 16 de set. de 2020
As pessoas se surpreendem com a calma e naturalidade que eu toco no assunto, principalmente quando eu cito as palavras que foram lançadas sobre mim, ouço muito:
- “Nossa, eu não imagino uma pessoa falando assim com outra, um amigo falando assim com o outro amigo, um pai falando essas palavras para um filho, uma mãe dizendo isso pra uma filha”.
Mas provavelmente essas mesmas pessoas em algum momento de fúria ou de amargura disseram o mesmo pra alguém, sem nem notar, muitos nem devem ao menos se lembra! Quem as ouviu lembra bem, e mais do que isso, utilizou essas palavras de alguma forma, voluntária ou não.
Em Isaias 55:11 diz: Assim também acontece com a palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, antes realizará toda a obra que desejo e atingirá o propósito para o qual eu a enviei.
Vivi essa palavra de maneira palpável em minha vida, durante a minha juventude e adolescência eu não sofri bullying na escola, eu não era motivo de chacota, eu me achava bonita e ouvia muito que eu era burra, então a beleza era tudo que eu tinha e eu a usava ao meu favor, eu tinha muitos amigos, era muito querida e amada, mas nada disso foi capaz de tirar o peso das palavras sobre a minha vida, este peso é tão potente que se materializou em mim, tornando-se real, e ainda que eu quisesse ser ou parecer diferente daquilo que me rotulavam, eu não conseguia vencer. Muitas vezes duvidei de mim, me perguntava se na realidade eu não era exatamente o que diziam que eu era.
O tempo passou e eu percebi que bullying seria muito melhor que o peso de: “mulher fácil”, “inútil”, “lixo”,” imunda”, “drogada”, “bêbada”. No começo essas palavras não faziam sentido pra mim, eu era mesmo tudo aquilo? Mas como? Eu não me enxergava nestas palavras! Mas as afirmações eram tão freqüentes que eu comecei a me enquadrar nisto, se eu era inútil, por que eu devia esperar que o que eu fizesse fosse bom? Então tudo que eu me propunha a fazer eu fazia de qualquer jeito, mal feito, incompleto, afinal eu era uma inútil. Se eu sou um lixo, por que devo mostrar o meu valor? Eu sou vazia, então eu aceitava ser abusada e diminuída, pois eu não tinha nada a acrescentar ou oferecer para o mundo. Se eu sou uma bêbada, por que não encher a cara? Se eu sou uma “nóia”, por que não usar drogas? Se eu não chegaria a lugar nenhum na vida, pra quê estudar, me esforçar pra ser alguém? Se eu sou uma mulher fácil, por que eu deveria me guardar? Por que não abrir o meu coração de maneira intensa pra cada homem que eu me envolvesse? Isso era tão latente que eu nunca consegui ficar sozinha, precisava sempre me sentir amada, desejada; eu era uma menina totalmente carente de atenção e isso me levou a entregar meu coração facilmente; por que não? Eu “sou” isso, e esse “sou” foi tão introduzido dentro de mim que na minha cabeça eu realmente era tudo o que diziam que eu era.
Por mais que eu tentasse ser ou fazer diferente, tentar mudar “o que eu era”, ou pelo menos o que diziam que eu era não parecia fazer sentido, pois no final eu sempre ouvia as mesmas palavras das mesmas pessoas. Quando eu me levantava pra tentar ser inteligente, esperta e útil, mais recatada; os sentimentos de que eu era uma pessoa horrível sempre tomavam conta do meu coração. Com o passar dos anos foi só piorando, dentro de mim parecia que eu era duas pessoas: aquela que diziam que eu era, e a que no fundo do meu coração eu queria ser, parecia que eu estava vivendo sempre uma mentira.
Conhecer a Deus foi libertador, finalmente eu pude me livrar do peso de ser uma pessoa tão ruim! Finalmente ninguém podia mais me chamar destes nomes, afinal eu era “crente” e todo o meu passado ficou para traz, e de fato ficou. Mas trocar os meus rótulos foi muito fácil, difícil foi arrancar pela raiz, tudo aquilo que profetizaram sobre mim e plantar a semente de algo novo, palavras de vida, e foi isso que Jesus fez. Eu nunca havia voltado a essas palavras, nem aos momentos em que eu as ouvi, foi quando num dia no meu quarto o Senhor me tocou de maneira sobrenatural.
Sei que a essa altura você leitor gostaria que eu estivesse escrevendo assim: eu peguei as palavras que foram profetizadas sobre mim e então eu as usei pra ficar ainda mais forte e fazer tudo diferente e provar pra quem as lançava que eu não era nada daquilo! Mas infelizmente não, o crédito é totalmente do Espírito Santo de Deus e da graça de Jesus Cristo que me encontrou e me curou, porque eu nunca conseguiria mudar aquela realidade pelas minhas próprias forças. Como a mulher samaritana, um dia Jesus me encontrou no meio do caminho, envergonhada, suja por dentro e por fora, totalmente ferida e moldada pelas palavras de maldição. Ele me mostrou a realidade de quem eu era através dos olhos d’Ele, minha conversão foi mais do que nascer de novo! Foi nascer de novo com um novo fundamento de caráter, de postura! Eu ignorava o fato que eu precisava trazer aquelas palavras e pessoas que profetizaram contra mim para a minha realidade, e assim me resolver em relação a isso, para liberar perdão e para finalmente deixá-las para traz; porém na minha cabeça isso já não era nem tão importante assim, até que um dia no meu quarto Jesus veio e me disse: Vamos resolver de vez um velho problema do passado?
E então, Ele com uma voz doce e suave me disse: - Você não é uma mulher fácil! Você é íntegra! Você não é uma inútil! Você não é um lixo! Você não é uma drogada, bêbada... Você tem tanto valor pra mim, filha! Aquelas palavras me jogaram no chão e me constrangeram, eu batia no meu peito, e em prantos eu declarava: eu não sou uma mulher fácil! Eu não sou uma inútil! Eu não sou lixo! Eu sou escolhida do Senhor! Eu sou uma mulher forte e valente! Eu sou uma mulher de caráter!
Como foi difícil aquele dia! Declarar tudo aquilo em alta voz! Ao mesmo tempo em que foi libertador, foi tão doloroso. Mas foi totalmente necessário, o peso daquelas palavras nunca mais estaria nas minhas costas! VOCÊ NÃO É O QUE DIZEM DE VOCÊ, eu nunca acusei e nem culpei ninguém pelo que eu era; eu simplesmente era, e é assim que acontece. Jesus foi imprescindível pra mim neste processo tão libertador, se não fosse Ele eu ainda seria o que diziam que eu era. Antes de descobrir quem eu realmente sou, eu precisei descobrir quem eu não sou, e um processo de desconstrução começou dentro de mim, eu precisei matar quem diziam que eu era pra fazer nascer quem eu era originalmente. Hoje posso dizer que sou uma mulher segundo a vontade de Deus, pois foi pelas mãos d’Ele, como um vaso na mão de um Oleiro, eu fui moldada; não foi um processo fácil, mas foi extremamente necessário, nada é mais libertador do que ser quem o SENHOR quer que você seja, experimente perguntar a Deus: Senhor, quem eu sou aos SEUS olhos? E descobrirá que você tem um grande valor! Que as palavras de maldição que lançaram sobre você podem de uma vez por todas serem substituídas por palavras de vida.
Pâmela Rodrigues 26 anos
Restaurada e curada de todas as feridas

Que coisa mais linda!!! Glória a Deus! 😭😭😭😭❤ chorei...