Uma era cheia de empatia digital e baixa empatia real.
- Moça floresca
- 21 de mar. de 2019
- 3 min de leitura

Vivemos em um tempo em que muito se fala sobre a dor do outro, de sentir, se preocupar, ir atrás... Mas me pergunto será mesmo que todos pensam isso? Será que todos sentem essa preocupação? Os nossos dedos digitam que sim, todos os dias eu vejo fotos de pessoas suicidas sendo compartilhadas. Palavras de carinho, textos e reflexões. Até nos faz pensar o quanto o próximo está sofrendo, nos faz querer tirar dor daquela pessoa e colocar em nós, se talvez isso fosse possível. Mas não é! Por alguns dias vamos comentar sobre tal tragédia, sobre tal pessoa que não conseguiu ver saída nenhuma e arrancou de si a dor insuportável, mandando embora também os sonhos, os amores, deixando a dor da perda e a saudade. Todos os dias pessoas se vão, talvez não por um suicídio, mas um acidente, uma doença são coisas que acontecem e que não conseguimos evitar. O que fica são as palavras que deveriam ser ditas, são as atitudes que deveriam ser tomadas, mas agora já é tarde demais. Você pode gritar o mais alto possível, encher um rio com suas lágrimas, mas a pessoa que você ama e que você se importou um dia, não está mais aqui para ver que você ainda se importa. Por que não choramos antes? Porque não dizemos antes tudo o que queríamos? Por que deixamos o orgulho falar mais alto? Por que existe o amanhã\ depois? O amanhã é tão incerto e nós sabemos disso, mas só nos damos conta quando alguém importante se vai e então, a coragem chega. Sentimo-nos motivados a soltar tudo que estava preso dentro dos nossos corações. As pessoas estão sorrindo por fora, mas estão gritando por dentro, nós não enxergamos porque estamos ocupados demais em nosso próprio mundo, nosso próprio eu. A dor e a lágrima do outro não nos incomoda, pois se de fato incomodasse mesmo, porque então não vamos atrás daqueles que amamos, por que não perdoamos mais? Por que é tão difícil pedir perdão? Admitir que errou e dizer que sente muito? Preferimos tocar nas telas de nossos smartphones do que tocarmos na alma do ferido. Lamentamos quando alguém se suicida, mas nunca percebemos os candidatos a suicidas que atravessam nossos caminhos. Talvez nossas cabeças estejam abaixadas demais olhando para nossos celulares, os nossos dedos estão descendo e subindo o feed de notícias do facebook, se nosso olhar estivesse no fundo dos olhos de alguém saberíamos que a alma daquela pessoa clama por socorro. Se nossas mãos estivessem vazias sem nenhum aparelho, ou distração estaria mais aberta para abraçar o ferido e então, perceberíamos o quanto tal pessoa precisava daquele abraço!
Sinto sua falta. Preciso de você. Quando foi que deixamos a distância entrar? Você é tão especial. Eu te amo!
Ahhh moça, talvez você não consiga mudar o destino de alguém, mas você pode mudar o seu próprio destino, ao invés de ter uma consciência pesada pensando em tudo que poderia ter feito, você vai poder descansar seu coração e dizer “eu fiz o que pude”. Se enquanto você lia esse texto veio alguém em sua mente, por favor, eu te encorajo procure essa pessoa, diga o que você sente não se deixe levar pela reação do outro. Só não deixe o tempo passar, porque todos os dias pessoas saem de nossas vidas e só nos resta à saudade irreparável, um vazio que jamais poderá ser preenchido e as palavras que nunca poderão ser ditas! Não deixe para depois, faça hoje, ame hoje, perdoe e peça perdão hoje. Amanhã pode ser tarde demais!
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